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BGS 2018 | Sekiro é tudo que os fãs de Dark Souls e Tenchu sempre quiseram

Por| 16 de Outubro de 2018 às 13h33

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BGS 2018 | Sekiro é tudo que os fãs de Dark Souls e Tenchu sempre quiseram
BGS 2018 | Sekiro é tudo que os fãs de Dark Souls e Tenchu sempre quiseram
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Sekiro: Shadows Die Twice, o novo game da FromSoftware, desenvolvedora responsável por games como Demon Souls, Dark Souls e Bloodborne, esteve presente na Brasil Game Show 2018. Desde seu anúncio oficial na E3 2018, o jogo deixou os fãs ansiosos e sedentos por mais informações. E isso foi, finalmente, resolvido no evento que aconteceu em São Paulo até o último domingo, dia 14 de outubro.

Sekiro estava presente no estande da Activision e foi um dos mais procurados da feira. De acordo com um dos membros do staff no Brasil que estava trabalhando no estande da empresa, Sekiro: Shadows Die Twice chegou a bater o recorde de 6 horas de espera na fila no sábado, dia 13. É a prova de que o amor pelo “gênero Soulsborne” cresceu e enraizou na pele do brasileiro.

Também pudera, o game tem muito da essência dos games mais consagrados da FromSoftware, já que está sendo dirigido pelo pai da série Soulsborne, Hidetaka Miyazaki. Dado isso, vale dizer que existem muitos elementos familiares em Sekiro: Shadows Die Twice, sim, mas é bom ressaltar que o novo jogo tem sua própria identidade, mesmo lembrando um pouco um jogo muito saudoso: Tenchu.

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Tenchu, se você não lembra, era aquele jogo de stealth da época do PlayStation, com ninjas assassinos do século XVI se esgueirando pelas sombras até cumprirem seus objetivos em missões durante o período Sengoku. Por conta disso, e por ser ambientado no mesmo período histórico, o novo game da FromSoftware lembra um pouco o clássico Tenchu.

Vale lembrar, também, que Tenchu teve os dois primeiros jogos desenvolvidos pela Acquire e distribuídos pela Activision; a partir do terceiro título, lançado em 2003, a franquia passou a ser desenvolvida (e distribuída) pela K2 LLC e pela FromSoftware, então esse revival não se aplica apenas aos fãs, mas também à empresa responsável por Sekiro: Shadows Die Twice.

De toda forma, a demonstração de Sekiro que estava disponível na Brasil Game Show 2018 colocava os jogadores na pele do protagonista titular em meio a uma missão básica: sair do ponto A e chegar ao B, enfrentando vários inimigos pelo caminho, com variados níveis de dificuldade. O objetivo era claro: fazer as pessoas entenderem a jogabilidade e os diferentes comandos e táticas do game. E é aqui que o mais novo título da FromSoftware brilha e se difere de seus primos Soulsborne.

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Familiar, mas diferente

Apesar da premissa ser a mesma, isto é, entender os inimigos e formar estratégias para derrotá-lo e seguir em frente sempre acumulando e usando as experiências passadas em novos e variados obstáculos; em Sekiro: Shadows Die Twice você precisa entender que isso nem sempre será o suficiente.

Se em Demon e Dark Souls defender e estudar o inimigo e a área era primordial, em Bloodborne, muito mais dinâmico e brutal – talvez ainda mais do que Sekiro, inclusive –, o jogador tinha uma gama de truques para lidar com os inimigos: o parry com a arma de fogo, os ferozes stabs frontais ou traseiros e, por fim, os golpes pulando. O novo primo da família de Miyazaki traz tudo isso, mas de maneira aprimorada.

Está tudo lá: Sekiro, o shinobi que controlamos, usa sua espada para lutar, defender e também para dar parries – ou contragolpes, aqueles ataques que refutam e quebram a defesa, desestabilizando o inimigo por um curto período de tempo, dando brechas para ataques mortais na sequência. Porém, como já dito, não é tão simples assim. Junto com o estudo do comportamento do inimigo e da área, temos o novo sistema de postura.

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A postura é uma subversão da barra de stamina dos jogos anteriores da desenvolvedora. Aliás, essa barra não existe aqui. O que temos são duas barras de defesa que aparecem tanto na parte superior quanto na inferior da tela (quando se está combatendo um chefe ou subchefe), ou também embaixo da pequena barra de energia dos inimigos comuns.

A barra de defesa na parte de baixo da tela sempre será a de Sekiro. A da parte de cima, a dos inimigos maiores. Quanto mais essa barra atinge as bordas da tela (ou seja, quanto mais ela crescer), mais vulnerável os personagens ficarão, sejam eles o protagonista ou o chefe. Quando a barra atinge o limite e se quebra, o personagem ficará sem reação por um tempo e receberá um golpe capaz de matá-lo ou de tirar uma enorme quantidade de sangue. Este é o momento em que a postura é desfalcada e o oponente consegue vantagem.

Um dos inimigos que muitas pessoas, incluindo esta que voz escreve, não estava conseguindo derrotar na demonstração da BGS 2018 era o General Samurai, em suma porque ainda não tínhamos entendido muito bem o sistema de postura. O inimigo era um subchefe, que aparecia com cinco minutos de jogo ou menos. Logo no início mesmo, justamente para que testar se o jogador havia entendido a nova mecânica.

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O General Samurai tem duas barras de energia. E para quebrar a postura dele, era preciso fazer com que ele defendesse ou contra-atacasse Sekiro. Com muita paciência, e habilidade para desviar e executar parries, isso é alcançado. Quando a postura é finalmente desfalcada, o inimigo recebe um brilho vermelho, e é aí que o jogador pode desferir um golpe mortal. Pronto, uma barra se foi, faltando apenas mais uma... E assim o processo se repete.

No chefe propriamente dito da demonstração, idem, com um único detalhe: o grande inimigo encontrado no final da jornada era muito maior, ou seja: ele tinha mais barras de energia, golpes mais fortes e com mais alcance de tela. Sekiro era atacado incessantemente, o que, dependendo de como o jogador reage, poderia quebrar facilmente a postura do personagem, deixando-o vulnerável.

Jogar Sekiro: Shadows Die Twice me fez sentir quase como se estivesse jogando Go, o xadrez japonês: avançando o território e tomando os espaços das peças inimigas posicionadas até que elas não tivessem mais como, literalmente, respirar. Assim como no esporte, o domínio da área no game da FromSoftware é importante, bem como estudar o inimigo e cercá-lo para contra-atacar no momento certo.

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Os ataques podem ser feitos, inclusive, não apenas com a espada japonesa padrão que Sekiro usa, mas também com armas secundárias, que trazem uma sensação ainda maior de estar revivendo Bloodborne, ainda mais se você equipar o machado. Há ainda shurikens para ataques a distância e um ataque com fogo que atinge uma grande área. Tudo é voltado para que você quebre a postura do inimigo, seja com parry ou um ataque normal.

O título diz tudo

Do que sabemos sobre Sekiro até agora é que ele é um shinobi com um braço mecânico no século XVI, conhecido como o período Sengoku do Japão. Ele está em busca de um samurai que, aparentemente, o atacou e raptou seu lorde. O protagonista também parece estar amaldiçoado, e transita entre os mundos dos vivos e dos mortos – uma temática que os jogos da FromSoftware, em especial de Miyazaki, adoram explorar.

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Sekiro: Shadows Die Twice é, portanto, sobre vingança e duelos com espada. Miyazaki quer, afinal, entregar o sentimento de que estamos realmente empunhando uma espada em uma batalha do gênero; onde os combatentes se degladiam, tilintando lâmina contra lâmina até conseguir abrir uma brecha para o ataque mortal.

E o subtítulo faz jus à outra nova mecânica criada para o game: a habilidade de ressuscitar Sekiro uma vez. Isso acontece quando o protagonista morre e um símbolo com o kanji de “morte” aparece na tela. Após isso, há um tempo para que o jogador decida se quer voltar ali mesmo ou se prefere retornar do último checkpoint. Se decidir retornar ali mesmo, o personagem automaticamente ganha uma segunda chance, levantando-se com metade da barra da energia, pronto para mais um round.

É possível, inclusive, conciliar isso com estratégias contra inimigos, pois muitos deles rapidamente se viram e dão as costas para Sekiro quando ele cai morto no chão. Se o jogador decidir ressuscitar o boneco de imediato, ele pode ser sorrateiro e investir em um ataque fatal pelas costas.

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E por falar em stealth, o jogo é pautado nesse tipo de jogabilidade. A furtividade é tudo em Sekiro: Shadows Die Twice, e por isso o game lembra tanto Tenchu. Investir em derrotar os inimigos desprevenidos é uma arte neste game e, para se esgueirar pelo alto dos edifícios ou das montanhas, ou ainda resvalar pelas paredes e superfícies do gênero, basta se agachar e seguir devagar pelo matagal e/ou ficar rente e espiar as quinas; ou ainda pode-se usar o gancho para alcançar locais menos acessíveis em questão de altura.

Durante o nosso teste, o tempo voou e, infelizmente, não conseguimos entrar para o rol de apenas 4 jogadores que conseguiram derrotar o chefe da demonstração durante a Brasil Game Show 2018. Mas se há algo que não deixou dúvidas sobre Sekiro: Shadows Die Twice é o quanto queremos jogá-lo assim que ele sair em 22 de março de 2019 para PC, Xbox One e PlayStation 4.