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BGS 2018 | LEGO DC Super-Villains traz poucas, mas boas novidade para a franquia

Por| 17 de Outubro de 2018 às 13h29

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Diuvlgação/LEGO
Diuvlgação/LEGO

LEGO DC Super Villains faz parte de uma oportunidade muito rara que a TT Games tem em seu desenvolvimento: o de fazer algo excentricamente novo. A empresa ganhou os direitos de fazer jogos de pecinhas sobre franquias alheias em 2005, com Star Wars, e desde 2011 lança pelo menos um game por ano. Geralmente, a empresa trabalha com narrativas já consagradas como a dos filmes de Star Wars, Harry Potter, Indiana Jones, Os Incríveis, Senhor dos Anéis e, por isso, se acostumou a contar as histórias dos outros e produzir pouco das suas.

O que a desenvolvedora tem aqui, portanto, é a chance de escrever algo totalmente seu e, pelo que pudemos constatar na Brasil Game Show 2018 (BGS), é o que ela realmente propõe em termos de narrativa.

“Nós trabalhamos muito junto da DC para construir essa história. É uma história original. A gente queria que tivesse todos esses vilões muito juntos na história, e que tivesse essas localidades do universo da DC, com personagens como o Apocalipse e Hera Venenosa. Eles deram muita liberdade para controlarmos tudo que quiséssemos fazer”, disse Matthew Ellison, produtor sênior da TT Games em entrevista ao Canaltech.

Ellison já está na companhia há mais de 10 anos e, até hoje, considera um desafio criar algo novo para o universo LEGO. Dessa vez, o foco é realmente a história. Na trama de DC Super Villains, a Liga da Justiça sumiu e um novo grupo de heróis surge de outra dimensão para tomar conta do pedaço. Contudo, não demora muito para se perceber que este novo time não é bem intencionado, fazendo com que o os super-vilões precisem “salvar o mundo”.

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A narrativa vai seguir uma barreira clara da franquia: a do “jogo para todas as idades”. Em nosso hands-on na BGS, Ellison ressaltou que, apesar de malvados, os vilões ainda precisam transpassar seus bons valores. Então, não espere aqui um enredo complexo e vilões muito existenciais. O foco de LEGO DC Super Villains se mantém na diversão.

Outra novidade deste título é a criação de personagens. Sem um protagonista para chamar de seu, o jogo oferece ao gamer toda gama de pecinhas para montar seu próprio boneco e seguir pela história. Mais interessante é que as configurações não são meramente estéticas, mas envolvem escolhas de humor, personalidade, atitudes. Ou seja, vai definir a forma como seu personagem reage à história de DC Super Villains.

Durante nossos testes na BGS 2018, deu para perceber que esse processo de formação do personagem é bem interessante e fácil, já que oferece muitas opções de personalização. Para quem não está lá tão interessado nisso (ou não tem tempo, como na demo corrida da BGS), há a opção de se escolher personagens pré-montados ou embaralhar todas as peças e ver o que sai.

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“A habilidade de criar novos personagens, um personagem totalmente seu, e colocá-lo dentro da história, é algo que nós nunca tínhamos feito antes. E nós ficamos realmente empolgados de conseguir trazer isso para este jogo”, aponta Ellison.

O seu personagem genérico também ganha poderes durante a narrativa, os quais podem ser personalizados. Nos testes, ganhamos uma raio novo e nos foi permitido escolher efeito (raio de gelo, fogo, elétrico), cor, aspecto (mais parecido com laser, ou fogo saindo da mão), até mesmo por onde seria lançado (olho, braços esquerdo ou direito, pés ou de uma arma na mão). Escolhemos os olhos: “Todo mundo escolhe este”, brinca Ellison.

Já vi esse filme

Apesar de trazer essas novidades, a partir daqui LEGO DC Super Villains cai na mesma fórmula apresentada e aumentada durantes esses quase15 anos de games de pecinhas. O jogador é colocado em uma fase com três ou quatro personagens, entre os quais pode alternar. Cada um tem uma habilidade específica para passar pelos desafios.

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A velha estratégia da franquia também funciona aqui: quebrar tudo que há pela frente até o game oferecer uma solução simples e seguir em frente. Junto disso, oferece um sem número de personagens (que somente os maiores fãs da DC irão reconhecer) que dividem um leque de no máximo 10 variações de poderes. Ou seja, espere muito bonequinho parecido.

Embora não tenhamos visto o mundo aberto neste hands-on, o produtor confirma que há cidades a serem exploradas, dentre elas Gotham, Smallville e Metrópoles. Como há toda uma narrativa de universos paralelos, andar por esses locais de universos tão distintos não deve ser um problema para LEGO DC Super Villains.

Em suma, o que o jogador pode esperar é mais da uma franquia que se arrasta com pouquíssimas mudanças. O que não é necessariamente um problema, já que a desenvolvedores trabalha muito bem.

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Esta repetição de fórmula é bastante compreensível, pois a empresa lança muitos jogos em sequência. Junto disso, ainda, apesar de ter um time muito grande para trabalhar nos projetos, Elison explica que todos desenvolvedores geralmente trabalham em todos ou mais de um projeto, o que justifica passar seu vícios para o próximo título.

“Nós temos um grande time, são várias e várias pessoas trabalhando com a gente. Algumas delas trabalham com todos os jogos de uma vez, e outros trabalham em mais de um. De uma forma geral, todo mundo trabalha para todos os jogos. Com isso, a gente acredita que pode fazer o melhor jogo que a gente consegue”, explica.

Futuro lucrativo

Com tantos jogos sendo lançados em um espaço de tempo tão curto, muito similares entre si, será que a franquia LEGO não está se desgastando? Ellison acredita que não.

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Contudo, a TT Games está em um cenário externo muito parecido com o da Telltale Games. Esta última demitiu todos os seus funcionários e encerrou todas as atividades por não conseguir pagar suas contas. Assim como a TT Games, a Telltale criou um estilo único e aclamado, trabalhando com propriedades intelectuais de terceiros, lançando títulos anualmente, mas com uma fórmula que pouco ou nada se modificou durante os anos. Será o mesmo caminho para a TT Games?

“Essa é uma excelente pergunta. Eu realmente não sei. Você pode olhar para cada jogo como algo em que queremos sempre colocar uma coisa inovadora, fazer sempre o melhor que a gente pode fazer. E a diferença primordial aqui, eu acredito, é que toda vez que fazemos um novo jogo as pessoas compram. Então, enquanto as pessoas continuarem pedindo por mais jogos, continuarem buscando esses jogos, não vejo motivo para parar de fazer esse jogos. Assim, eu estou muito seguro que ainda vamos produzir muita coisa boa por muito tempo. Aliás, o Brasil é uma grande apresentação de tudo isso, é um dos nossos maiores mercados, as pessoas pedem pela localização em português brasileiro, e ficam animadas quando a gente diz que tem uma localização, tem dublagem. Ou seja, nós percebemos que realmente as pessoas querem, elas se interessam, elas procuram, e é por isso que a gente continua fazendo”, finaliza.

LEGO DC Super Villains foi lançado em 16 de outubro para PlayStation 4, Xbox One, PC e Nintendo Switch. Fiquei ligado para a análise completa do game, que sai no Canaltech nos próximos dias.