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Battlefield V não é sobre a guerra, mas sim sobre pessoas e suas histórias

Por| 18 de Outubro de 2018 às 10h33

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Electronic Arts
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Um pouco antes da Brasil Game Show 2018 ter início e agitar as vidas do público e da imprensa especializada na última semana, o Canaltech foi convidado pela Nvidia para testar, a portas fechadas, a campanha single player de Battlefield V. Conferimos de perto o modo Histórias de Guerra em computadores da Rawar equipados com as novas e poderosas placas GeForce RTX.

Estavam disponíveis o Prólogo e os capítulos Nordlys, Under No Flag, Tirailleur e The Last Tiger. O prólogo é, como o próprio nome diz, uma introdução do single player e das fantásticas histórias que os jogadores irão presenciar.

Já em Nordlys, os jogadores controlarão uma jovem combatente em meio a ocupação alemã na Noruega em 1943. Ela está lutando não apenas para salvar seu país, mas também sua família. Já em Under No Flag, o foco está em um suposto criminoso britânico que será incumbido de destruir bases aéreas alemãs no norte da África.

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O capítulo intitulado Tirailleur, por sua vez, trará uma infantaria senegalesa das Forças Coloniais Francesas para a batalha de libertação da França; enquanto que o desfecho, The Last Tiger — nome retirado do tanque que é considerado o “Spitfire” do asfalto —, mostrará o ponto de vista alemão da história, com uma tripulação em um tanque de guerra se questionando, próximo ao fim da Segunda Guerra, o que os levou até aquele ponto.

Com exceção de The Last Tiger, todos os demais capítulos podiam ser testados na ocasião e capturas de tela estavam sendo liberadas em determinados momentos da jogatina. E o que podemos dizer de toda a experiência, caso ela precisasse ser resumida em poucas palavras, é que o jogo está incrivelmente realista e manterá os jogadores vidrados nas histórias e nos personagens que apresenta.

Sobre histórias, experiências e sentimentos

Quem joga pouco ou sequer experimentou algum game da série Battlefield antes, limitando-se apenas a acompanhar de maneira leviana as notícias e vídeos que saem, pode criar um pensamento precipitado sobre os jogos, e especialmente sobre Battlefield V. Este é definitivamente um título que as pessoas precisam testar para sentir e entender como ele retrata com sensibilidade a vida humana em meio à guerra.

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Tudo no Histórias de Guerra de Battlefield V, na verdade, parece ter esse toque humanista. Após os testes, o Canaltech conversou com um dos produtores dos games que vieram ao Brasil para promover a campanha single-player: Eric Holmes, Design Director da DICE. Na apresentação pré-demonstração, ele já havia direcionado um pouco do que os jogadores podem esperar.

Os momentos Battlefield, a iniciativa para que cada um jogue do seu jeito, as histórias que agora serão mais desafiadoras, diversificadas e focadas em pontos de vistas nunca antes abordados, e uma Segunda Guerra Mundial contada a partir das histórias pessoais de vários protagonistas diferentes tornam tudo mais dinâmico e abrangente.

Na entrevista, aproveitamos para questionar algo que Eric havia dito na apresentação pré-testes: a localização. Battlefield V será apenas legendado em português, e, durante todas as Histórias de Guerra, teremos personagens de diferentes países. O designer nos explicou que os diálogos serão todos no idioma nativo, o que significa que não haverá dublagem somente em uma língua. Se estivermos na Noruega, todos falarão norueguês e as legendas traduzirão o que os personagens estão dizendo. O mesmo vale para França, Alemanha e assim por diante.

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“Por quê?”, perguntamos. Afinal, poderia ter muitas reclamações por parte da comunidade de jogadores. E a resposta foi muito clara e honesta: “Não parecia certo”. Eric nos contou que eles contrataram muitos atores e atrizes dos países onde as histórias se passam: Noruega, Alemanha, França... “É desse jeito que queremos (...) Sentimos que era a maneira mais autêntica de retratar [as histórias] e foi muito bom”.

Eric também complementou que o sentimento é o que eles mais tentaram passar, preocupando-se também em não colocar muita informação durante os diálogos, pois a equipe de desenvolvimento entende que o jogador precisará prestar atenção não apenas na cena, mas também nos textos das legendas. “Você não vai ouvir e ler o que significa, mas sim ouvir e sentir o que o personagem quer passar”.

E para quem ainda não está convencido sobre o assunto, Eric também deu um argumento muito bom, usando a Netflix de exemplo, comentando sobre quando ele assistiu à série Dark. O show é alemão e se passa na Alemanha, passando um ar autêntico sobre sua localização, mitologia e personagens – algo diferente, e que a equipe de desenvolvimento de Battlefield V também estava buscando. “Então acho que apostamos [na localização nativa] com base na nossa coragem e nos sentimentos que queríamos passar”.

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Drama, desafios e legado

Pelo que jogamos de Battlefield V no single player, deu pra sentir toda a emoção que as Histórias da Guerra querem passar. Eric explicou que o jogo está, de fato, bastante dramático. Alguns dos temas-chave que o time de desenvolvimento quis abordar são a culpa e o medo, bem como ação e consequência; o que torna o título talvez até mais pesado do que o Battlefield 1 no aspecto narrativo.

E, bem, se estamos falando de Segunda Guerra Mundial, é praticamente impossível não lembrar de uma figura recorrente. Nas aulas de História, e ainda hoje, todos falam bastante dele devido a seus atos terríveis e o legado que deixou: Adolf Hitler. Felizmente, e de maneira surpreendente, as Histórias da Guerra não são sobre a morte dele.

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Battlefield V trata de histórias de pessoas que estiveram na guerra. “Foi um desafio interessante, pois nós tentamos nem mencioná-lo”, revelou Eric durante o bate-papo. “Quando você começa a falar de Hitler, ele toma rapidamente toda a conversa. Nós não exploramos a Segunda Guerra Mundial como se fosse um mapa numa aula, [as histórias] são sobre as pessoas que fizeram parte desse mapa”.

Também perguntamos se Eric acreditava que first person shooters (FPS) baseados em segmentos históricos, mas com foco em histórias pessoais, tais como Battlefield 1 e Battlefield V estão fazendo, seriam uma tendência a partir de agora. Surpreso com a pergunta e por nunca ter pensado dessa forma, ele citou Call of Duty, que está apostando mais em histórias focadas em ficção científica futurista ultimamente, comentando ter gostado do que o game apresentou nos últimos títulos.

Contudo, “tudo que alguém usa e dá certo, acaba se tornando um padrão”. O designer citou Halo como exemplo, pois quando o jogo saiu em 2001 e começou a usar o sistema de regeneração de saúde (que recupera pontos de vida do personagem caso ele não leve mais nenhum dano por um tempo), todos começaram a usar o mesmo recurso nos demais FPS que saíram.

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#PlayLikeAGirl

Battlefield V também esteve presente na Brasil Game Show 2018 no estande da Nvidia e da Rawar. O local era um dos mais cheios da feira, mesmo quando não haviam convidados testando o jogo. Afinal, todos queriam experimentar um pouco do mais novo título rodando em placas RTX. Ao todo, haviam 64 estações no evento para que o público jogasse a campanha multiplayer em um servidor fechado.

O Canaltech também teve a oportunidade de testar o game na feira jogando simultaneamente com mais de 60 pessoas. E não apenas ao lado de visitantes comuns, experimentando o poderio gráfico em tempo real das RTX rodando a pleno vapor, como também ao lado de outras garotas do meio dos games.

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A iniciativa #PlayLikeAGirl aconteceu nos dias 12 e 13 de outubro na BGS 2018, reunindo 64 meninas para jogar em times adversários em Battlefield V. A narração também foi feita por uma mulher, e, na ocasião, o Canaltech pôde conhecer e se conectar com diversas outras figuras femininas que mandam super bem no controle de soldados em plena Segunda Guerra Mundial.

Além do prestígio às jogadoras e o reconhecimento à força feminina nos games, deu para testar pela segunda vez como o jogo está rodando pleno nas máquinas equipadas com a placa RTX. O realismo e os efeitos especiais são de cair o queixo, sendo esse um dos grandes méritos do título em sua versão para PCs.

Inclusive, mesmo em meio à feira, com milhares de outras pessoas e ainda o servidor com as 64 garotas jogando simultaneamente, tudo rodou perfeitamente. Em questão de gameplay, vale ressaltar que o trabalho em equipe é tudo. As classes foram reimaginadas em Battlefield V, o que significa que o básico está lá, mas o jogador agora pode personalizar as habilidades de cada tipo de personagem.

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Das classes que tínhamos disponíveis para jogar estavam Assault, que é basicamente a linha de frente da equipe; Medic, que, como o nome diz, dá suporte médico básico, o que significa que, enquanto outros membros da equipe podem apenas reviver companheiros caídos com uma quantidade significativa de energia, os médicos conseguem fazer isso com a equipe toda e trazê-los de volta com saúde total. Há também os Support, que reabastece os colegas do time com munição e explosivos; e Recon, que são basicamente os snipers, responsáveis por reconhecer o campo e encontrar os médicos.

Além disso, vale apontar que Battlefield V talvez seja o jogo mais interativo da franquia, onde o jogador precisa realmente fazer tudo manualmente, seja no modo single player ou no multiplayer. Existem diversos modos de jogos novos que gostaríamos de ter testado, mas eles, infelizmente, não eram o foco da experiência na Brasil Game Show 2018. Contudo, se vale de algo, o game será lançado em breve, em 20 de novembro, PC, Xbox One e PlayStation 4.