Um avião de passageiros pode voar de cabeça para baixo?
Por Paulo Amaral | Editado por Jones Oliveira | 06 de Abril de 2022 às 09h00
Você já viu um avião de passageiros voando de cabeça para baixo? Se sua resposta foi “sim”, provavelmente deve ter assistido à cena em uma série de TV ou um filme de ação, não é verdade?
O diretor Robert Zemeckis, por exemplo, fez um avião similar a um Boeing 717 voar durante alguns minutos com o dorso invertido, ou seja, de cabeça para baixo, em uma sequência do filme O Voo, lançado em 2012 e protagonizado por Denzel Washington.
De fato, cientificamente falando, é possível um avião de passageiros como o do filme voar de cabeça para baixo, e isso até já aconteceu na vida real. Só que este é um recurso que precisa ser utilizado em última instância, e de forma muito breve.
Por que? Vamos explicar a seguir.
Por que um avião de passageiros não pode voar de cabeça para baixo?
A resposta para o porquê de um avião de passageiros não poder voar de cabeça para baixo por um período muito longo é simples: porque os motores teriam o fornecimento de combustível interrompido e, após alguns segundos, desligariam por completo.
Ao contrário do que acontece com caças, como os utilizados em shows da esquadrilha da fumaça ou até mesmo com aviões monomotores ou bimotores, os aviões de passageiros têm as bombas de combustível na parte de baixo da aeronave.
Os tanques possuem dispositivos chamados “baffle valves” (válvulas defletoras, na tradução para o português) que impedem o movimento do combustível por algum tempo e, consequentemente, mantêm os motores alimentados.
Após alguns segundos, caso o avião permaneça de cabeça para baixo por muito tempo, o combustível será deslocado para a parte de cima das asas e isso fará com que os motores parem de funcionar.
Caso verídico
Um avião de passageiros já precisou virar quase que completamente de cabeça para baixo na vida real. O caso aconteceu em abril de 1994 e, por sorte, ele era um voo de carga, contando apenas com quatro tripulantes.
O caso em questão envolveu o jato McDonnell Douglas DC-10-30F, que sofreu uma tentativa de sequestro enquanto estava transportando equipamentos eletrônicos pelos Estados Unidos.
Auburn R. Calloway, funcionário da Federal Express, planejou o sequestro com a intenção de simular um acidente, derrubar o avião e fazer a família dele receber um seguro de US$ 2,5 milhões.
Para evitar a tragédia, o piloto agiu de forma extrema e chegou a pilotar o avião por alguns segundos de ponta cabeça. Durante a confusão, o sequestrador foi dominado e preso, e ninguém saiu ferido.
Com informações: Aviões E Músicas, Quora, StringfixereTempo.com