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Cientistas derrubaram Boeing no deserto do México “em nome da ciência”

Por| Editado por Jones Oliveira | 18 de Janeiro de 2023 às 11h00

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kiraliffe/Envato/cc
kiraliffe/Envato/cc

A caixa preta dos aviões foi criada para ser resistente o suficiente e gerar dados que possam ser estudados a fim de justificar uma eventual queda da aeronave. Há pouco mais de uma década, no entanto, um grupo de pesquisadores resolveu derrubar um Boeing 727-200 de propósito, em nome da ciência.

A ideia de derrubar o avião de propósito em uma região deserta foi justificada de maneira bem simples: os cientistas queriam avaliar os impactos da queda na estrutura da aeronave e os efeitos causados nos passageiros que poderiam estar dentro dela no momento do acidente.

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O experimento foi realizado em 2012, em uma região deserta próxima à cidade de Mexicali, no México, já que as autoridades dos Estados Unidos não permitiram a realização do arriscado teste. O governo do México deu o sinal verde, mas com uma ressalva: o avião precisava de tripulantes dentro enquanto estivesse sobrevoando áreas povoadas.

A roteirização e a filmagem foram conduzidas por integrantes do Discovery Channel (EUA), Channel 4 (Reino Unido) e ProSieben (Alemanha). Dentro do avião, participaram da experiência da vida real um engenheiro de voo e dois pilotos, incluindo o comandante Jim Bob Slocum.

Como foi a queda do Boeing?

O Boeing 727-200 decolou do Aeroporto Internacional General Rodolfo Sánchez Taboada com a tripulação e bonecos de impacto (dummies) a bordo na manhã do dia 27 de abril de 2012. A ordem expressa da torre e dos organizadores da experiência era para que a tripulação saltasse de paraquedas quando faltassem 3 ou 4 minutos para a queda.

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O piloto e os outros dois tripulantes seguiram a determinação e, a partir do momento em que deixaram a aeronave, o restante do voo do 727 foi controlado remotamente pelo piloto posicionado em um avião que seguia o Boeing de perto.

Dentro da aeronave programada para ser derrubada no deserto havia três acelerômetros posicionados no piso da cabine para registrar os pontos do impacto. Os dados também seriam coletados dos sensores posicionados nos corpos dos 15 bonecos que serviram como cobaias para a experiência.

No momento da queda, o avião estava a 230 km/h, e a taxa de descida foi de 7,6 metros por segundo. O impacto foi forte, e fez o gigantesco Boeing se despedaçar, com a parte dianteira sofrendo a maior parte dos danos.

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Conclusões da experiência

As conclusões após a inusitada experiência de derrubar um gigantesco avião de propósito foram divididas em três:

  • Passageiros sentados mais à frente sofreriam danos maiores, possivelmente fatais;
  • Os bonecos posicionados perto das asas mostraram que os ocupantes dos assentos também sofreriam lesões sérias, mas poderiam escapar da morte;
  • No caso de impacto similar ao do teste, quem estivesse sentado próximo à cauda do avião provavelmente sairia sem ferimentos graves do acidente;

Segundo os responsáveis pelo estudo, caso o impacto do avião tivesse ocorrido de outra forma, com a cauda atingindo o solo primeiro, os passageiros seriam atingidos de maneira inversa.

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De acordo com as imagens das câmeras posicionadas no interior da aeronave, que captaram bagagens caindo e todo o caos no momento do impacto, ninguém que estivesse sentado da fileira 7 em diante teria sobrevivido.