WhatsApp contrata “chefe de reclamações” para conter crise na Índia
Por Rafael Arbulu | 24 de Setembro de 2018 às 11h30
Depois de ser colocado contra a parede e receber da Índia um ultimato quanto ao excesso de fake news distribuídas pelo app, o WhatsApp contratou Komal Lahiri para chefiar reclamações e relações com consumidores, empresas e agentes governamentais. A executiva, que antes do WhatsApp teve experiências em cargos gerenciais no Facebook e Instagram, ficará baseada em São Francisco, nos Estados Unidos.
A contratação da Lahiri vem nos calcanhares do estremecimento de relações do aplicativo de mensagens instantâneas e a Índia: em julho, o governo do país pediu que o app, um subsidiário do Facebook, controlasse a disseminação de notícias falsas por ele. O WhatsApp respondeu em agosto com a contratação de uma equipe exclusiva para esta finalidade. O problema, no entanto, ainda persiste de maneira grave, o que levou a Índia a ameaçar o mensageiro de banimento do país. Lahiri chefiará essa equipe, entre outras atribuições.
O problema das fake news no WhatsApp na Índia é tão grande que, em julho, cinco pessoas foram linchadas e espancadas até a morte, acusadas de serem sequestradoras de crianças. Os rumores foram viralizados na região pelo mensageiro, sem qualquer substância de evidência. O episódio marcou o início das relações ruins entre a empresa e o governo local.
O WhatsApp alega ter aproximadamente 1,5 bilhão de usuários ativos todo mês, tendo na Índia o seu principal mercado, com pouco mais de 200 milhões de usuários. Diante de um eventual banimento em sua atuação no país, há o risco de perder seus clientes para concorrentes como WeChat e Telegram.
Fonte: LiveMint