Uber melhora sistema de avaliação de passageiros e amplia pagamentos
Por Felipe Demartini | 27 de Setembro de 2017 às 09h41
A Uber anunciou nesta quarta-feira (27) mais uma mudança em seus sistemas internos. A alteração, desta vez, é voltada para o lado dos motoristas e vai permitir que eles indiquem a razão pela qual uma nota cinco estrelas não foi atribuída ao passageiro, da mesma forma que os usuários hoje podem fazer com relação às viagens realizadas pelo serviço.
Quando quatro ou menos estrelas são dadas a um passageiro, o aplicativo da Uber abre uma opção que permite ao colaborador indicar “O que houve de errado”, com diferentes opções que abrangem o tempo de espera para sua chegada, atitude, número excessivo de passageiros, falta de paciência ou a realização de mudanças bruscas na rota sem que isso seja oficializado pelo software.
Caso uma mesma reclamação seja feita duas vezes por motoristas diferentes, o usuário verá um alerta na próxima vez que abrir o aplicativo, indicando que um determinado comportamento está afetando sua nota. No restante, vale a mesma dinâmica de sempre – usuários com graduações baixas começam a ter mais dificuldade para achar corridas, sendo pareados com colaboradores que também tenham notas inferiores.
Outra mudança está relacionada à categoria UberPool, que ganhou uma tarifa adicional a cada passageiro coletado. Aqui, a empresa atende aos pedidos dos motoristas, mais uma vez, que indicavam que os valores pagos eram baixos demais pela quantidade de deslocamento e voltas que eram necessários em alguns casos.
Agora, além do preço da corrida em si, pago pelos passageiros, os motoristas receberão um valor adicional por cada um que for coletado. Nos Estados Unidos, onde as novidades entraram em vigor já nesta quarta, os preços variam de US$ 0,50 a US$ 1, de acordo com a demanda do momento e também com a cidade – municípios com maior número de usuários do UberPool pagam mais, por exemplo.
Segundo a empresa, isso não vai significar um aumento de preços das viagens, com o UberPool ainda sendo a opção mais em conta entre as disponíveis. O próprio serviço diz que vai arcar com a tarifa extra a partir da porcentagem que já recebe em cima de cada corrida realizada no aplicativo.
Ainda, a Uber está incrementando o sistema de GPS para essa versão de seu serviço, justamente para evitar os caminhos mais longos. Se antes a plataforma dava preferência para vias expressas, teoricamente mais rápidas, mas que exigiam maior deslocamento, agora a ideia é permitir que o motorista siga por dentro das cidades, pegando avenidas ou trechos de maior velocidade apenas quando estiver seguindo ao destino, já com todos os passageiros dentro do carro.
Muda também a plataforma de localização para o passageiro, que, ao usar o UberPool, pode ser instruído a caminhar até uma esquina próxima, dentro do mesmo quarteirão, também de forma a evitar que o motorista tenha que fazer uma volta. Na hora do desembarque, vale o mesmo, com a descida acontecendo também nas proximidades do destino quando houver mais gente dentro do carro aguardando para chegar ao destino.
As mudanças fazem parte dos esforços da empresa para recuperar a confiança de passageiros e, nesse caso, motoristas. A companhia atende às solicitações de seus colaboradores por mais proteção, já que a ideia é que ela seria muito paternalista com os usuários, tomando sempre o lado deles nas disputas, e aumenta, mesmo que um pouco, o pagamento, tornando a plataforma mais atrativa.
São “180 dias de mudanças”, segundo a companhia, um processo começado com a saída do antigo CEO e fundador Travis Kalanick e que envolve uma série de alterações internas, em sua cultura e política, e externa, tornando o serviço mais confiável e seguro. Um sistema melhorado de avaliação de motoristas, mais clareza quanto a tarifas dinâmicas e algoritmos que tentam parear motoristas e passageiras do gênero feminino também estão entre as alterações.