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Tensão entre taxistas e motoristas do Uber aumenta no Brasil

Por| 13 de Julho de 2015 às 13h18

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Tudo sobre Uber

A guerra entre motoristas do aplicativo Uber e taxistas parece não ter trégua. No Brasil, já vimos cenas de violência em protestos e votações sobre a proibição do app em cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília.

Na capital paulista, aqueles que se mostraram a favor dos interesses do Uber foram saudados por ovos, ameaças de espancamento e xingamentos. “Vai ter morte”, disse Antônio Raimundo Matias dos Santos, presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores das Empresas de Táxi de São Paulo (Simtetaxis), em audiência na Câmara dos Deputados no mês passado.

No Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, o carro de uma agência de turismo foi confundido com um veículo do Uber e o motorista foi atacado por taxistas. O funcionário tinha ido ao terminal buscar o cantor Sérgio Reis para um show.

Em Belo Horizonte, um motorista do Uber foi perseguido por táxis na Avenida Bandeirantes. Enquanto os taxistas realizaram manifestações na região durante a última semana, os motoristas do aplicativo se reuniram com a direção do Uber para pedir mais segurança.

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Já no Rio de Janeiro, os taxistas decidiram fazer uma paralisação na próxima sexta-feira (17) em protesto contra o uso do aplicativo de compartilhamento de veículos. Os profissionais alegam que estão tendo prejuízos com os motoristas do Uber circulando pela cidade.

"Não tem um órgão que fiscalize essas práticas. Isso tem tirado o nosso trabalho", diz o taxista Fábio Alves Oliveira ao jornal carioca O Dia. "Carros com placa cinza, sem autorização para transporte de passageiros, estão sendo usados pelos cadastrados do Uber. Eles chegam nos eventos, tirando o espaço de quem é legalizado e tem placa vermelha registrada", explica.

Apesar da greve marcada para o fim dessa semana, alguns taxistas do Rio de Janeiro também estão tentando coagir os motoristas do Uber nas ruas da cidade e com supostas ameaças gravadas em áudio. "O Uber não paga porcaria de imposto. Nós não vamos aceitar. Vamos ser pacientes e educados por enquanto. Mas, se isso começar a irritar, vamos começar a tacar fogo nessas p**** desses carros", diz uma das mensagens divulgadas por meio de um vídeo anônimo no YouTube.

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Situação legal do Uber no Brasil

Não há consenso federal sobre a proibição ou regulamentação do Uber no Brasil. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) acredita que cada município deve fazer a fiscalização e eventual regulamentação do serviço. Os taxistas alegam que o programa é ilegal, clandestino e prejudica de diversas formas a categoria, que paga impostos e segue as leis do país.

Em São Paulo, o Uber foi proibido durante votação na Câmara Municipal e a Prefeitura da cidade disse que irá começar a usar agentes para flagrar o uso indevido do serviço. O texto referente à proibição do Uber na cidade ainda deve passar por uma nova votação na Câmara antes de chegar ao prefeito Fernando Haddad. Contudo, isso só deve acontecer após o fim do recesso de julho da Casa. Caso a lei seja sancionada, o Uber e outros serviços de transporte particular remunerado sofrerão pena de apreensão do veículo e multa de R$ 1,7 mil.

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Em Belo Horizonte, vereadores e o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) já disseram ter tomado ciência da escalada do conflito entre taxistas e motoristas do Uber e estão procurando alternativas para resolver o problema. Assim como em outras regiões, a Câmara também pretende aprovar um projeto de lei que proíba o app de operar na cidade.

Em Brasília, um projeto de lei aprovado pela Câmara Legislativa pode impedir o funcionamento do Uber no Distrito Federal. De acordo com o texto aprovado, motorista sem licença não pode cobrar para dirigir, mas o projeto ainda precisa da sanção do governador Rodrigo Rollemberg. Para tentar impedir o veto, um grupo realizou uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo local, na última quarta-feira (8).

Com a paralisação da próxima sexta-feira (17), os taxistas cariocas pretendem fazer carreatas e chamar a atenção da população e das autoridades para que um acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro resolva os problemas que o aplicativo tem causado aos motoristas legalizados pelo município.

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