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O que são os bots do Messenger e como eles irão mudar o mercado dos aplicativos

Por| 13 de Abril de 2016 às 08h09

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O que são os bots do Messenger e como eles irão mudar o mercado dos aplicativos
O que são os bots do Messenger e como eles irão mudar o mercado dos aplicativos

Os famigerados chatbots são o que há de mais novo na chamada "Internet das Coisas". Para quem não sabe, os bots permitem que você realize determinadas funções sem a necessidade de baixar ou instalar um aplicativo e funcionam exatamente como assistentes virtuais específicos para cada situação. Conversando com eles você pode realizar compras, ler notícias de seu interesse, perguntar sobre o clima e várias outras coisas. Ao invés de abrir um aplicativo de compras e filtrar os produtos mais interessantes por suas categorias, você pode simplesmente abrir uma conversa com um bot específico e perguntá-lo sobre óculos de sol baratos ou de marcas específicas, por exemplo. É tão intuitivo quanto parece.

Por que são uma ameaça aos ecossistemas do Android e iOS?

A questão é que se analisarmos como esses robôs alteram nosso jeito de interagir com a tecnologia, veremos também que eles alterarão a forma de usarmos apps, ao menos em tese. Como sabemos, os dois principais sistemas do mercado vivem de uma só coisa: aplicativos. Tanto os usuários de Android como os de iOS estão presos em seus ecossistemas por causa das aplicações que utilizam. Google e Apple sabem muito bem disso e sabem também da ameaça que os chatbots representam para suas vendas.

É visível a praticidade que os bots representam para aqueles que querem expandir seus negócios, ou até mesmo gerar algum tipo de publicidade. O custo de desenvolvimento desse tipo de mini-app é mínimo se comparado ao fato deles funcionarem em todas as plataformas - afinal, eles estão inseridos no Messenger, algo disponível para dispositivos iOS, Androids, PCs, Macs e qualquer outra coisa com internet. Se você está numa conexão de dados ruim e precisa chamar um táxi ou pedir sua própria localização num mapa, por exemplo, faz muito mais sentido que você abra o Messenger e pergunte isso a um bot do que baixar um aplicativo inteiro para daí começar a resolver o seu problema. O Facebook é outro que também sabe disso, e assim pretende aumentar a permanência do usuário no mensageiro.

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Com o suporte a chatbots lançado recentemente, o Messenger tem de encarar uma diplomacia constante com as desenvolvedoras desses sistemas. Tanto Apple quanto Google conseguem lucro do tráfego e download de aplicativos em suas lojas, e no caso do Google a situação é ainda mais séria porque é dos aplicativos (e das buscas na internet) que são retiradas grande parte das informações que, logo em seguida, se tornarão a publicidade que mantém a empresa ativa. Com isso, é inegável que os robôs que Mark Zuckerberg quer popularizar tiram a necessidade de alguns aplicativos e, consequentemente, tiram parte dos ganhos dessas duas gigantes.

Como eles funcionam?

Para se ter uma ideia, o frenesi sobre essa nova maneira de interagir com serviços é tão grande que até mesmo Satya Nadella, CEO da Microsoft, afirmou que isso é a última revolução tecnológica desde o iPhone. Se pensarmos na intuitividade como um ponto decisivo para dizer se algo vai dar certo ou não na tecnologia, os bots ganham ainda mais credibilidade, pois funcionam com base no diálogo, tornando fáceis algumas ações para aqueles que não possuem intimidade alguma com aplicativos ou buscas na internet. Embora não saibamos da existência de algum exemplar no Brasil, tentamos utilizar o Poncho, um dos bots apresentados na conferência F8 onde o Facebook apresentou essas mudanças do Messenger. O resultado é esse abaixo:

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Tudo o que precisamos fazer foi buscar pelo Poncho e iniciar uma conversa com ele. O gatinho, que ainda está em fase inicial de desenvolvimento, consegue falar sobre o clima, horóscopo, receitas e ainda pode sugerir filmes para assistir. Embora pareça bem inteligente a primeira vista, Poncho se complica com perguntas mais elaboradas ou até mesmo quando respondemos algo de uma maneira não tão exata. Ao perguntar sobre onde morávamos, o bot só conseguiu entender a resposta quando dissemos literalmente "Brasilia, Brazil", respondendo exatamente aquilo que ele havia perguntado, sem palavras a mais ou a menos.

Vendo por esse ângulo, é possível verificar que esses mini-apps ainda estão numa versão muito inicial de desenvolvimento. Por ora, eles não conseguem ser mais do que um livro de perguntas e respostas pré-programadas, onde cada pergunta ou resposta leva a um texto previamente escrito por um ser humano. De qualquer forma, ainda assim eles ameaçam o monopólio dessas gigantes da tecnologia porque trocam essa "inteligência" por automação e praticidade. Se quisermos encomendar uma pizza, por exemplo, não precisaremos de algo que faça muito além de perguntar onde moramos e que tipo de pizza queremos. Isso os bots conseguem fazer numa eficiência muito agradável aos usuários e aos seus desenvolvedores.

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Assim como existem apps mais inteligentes e aqueles menos intuitivos, os bots também possuem um degradê dos mais inteligentes para os mais diretos ao ponto. Fato é que: com essa nova ferramenta, o Messenger deixa de ser um simples mensageiro e passa a ser uma verdadeira extensão do Facebook, afinal os serviços que antes demandavam um sistema completo para serem realizados agora podem ser resolvidos num chat automatizado com custos infinitamente menores. É interessante observar que iniciativas como o Facebook Home falharam na premissa de transformar a rede social numa plataforma, enquanto um único serviço (no caso o Messenger) conseguiu o feito.

Em um futuro utópico podemos ver os bots interagindo não só com mensageiros, mas também com os próprios assistentes virtuais já inclusos no sistema. É um pouco frustrante pensar que a própria Apple nunca pensou nos bots como uma maneira de incrementar a Siri e torná-la mais apta a dar resultados específicos sobre o que você pede. De qualquer forma, tudo deve se desenrolar de acordo com como as grandes empresas reagirão a essa nova tecnologia, afinal o usuário comum parece ser muito bem atendido por ela.