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Dona do Audacity cita equívoco e diz que vai corrigir política de privacidade

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 06 de Julho de 2021 às 16h25

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Igor Almenara/Canaltech
Igor Almenara/Canaltech

Na segunda-feira (5), a internet e os programadores que colaboram com o editor de áudio Audacity foram surpreendidos com cláusulas da nova política de privacidade que previam a coleta e o uso de dados de quem usa o programa. As informações, segundo os termos, poderiam ser compartilhadas com auditores, conselheiros e “compradores em potencial”, e o caso tomou forte impulso nas redes sociais, com pessoas acusando a Muse Group (dona do app) de tê-lo transformado em um spyware.

Mais tarde, no mesmo dia, o diretor de estratégia da companhia, Daniel Ray, se manifestou no GitHub para esclarecer o problema. Segundo ele, a quantidade de dados coletados pelo software é “muito limitada”. O executivo atribuiu a culpa da confusão a uma “frase confusa” e antecipou que o documento está sendo corrigido.

Ray afirma que a companhia não vende, nem venderá ou compartilhará os dados coletados dos utilizadores com terceiros. As informações absorvidas, de acordo com ele e com a política de privacidade sem correção, incluem especificações (CPU e sistema operacional do computador), denúncias de erros quando enviadas voluntariamente e endereço IP do usuário.

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O IP é realmente catalogado de forma legível por 24 horas — ou pelo menos é o que Ray dá a entender ao dizer que o dado é “pseudonimizado” e se torna irrecuperável após o período. Nenhuma outra informação é coletada dos usuários, independentemente de qualquer finalidade, garante a companhia.

Quanto ao compartilhamento para o “cumprimento da lei”, Ray também reiterou os pontos da política de privacidade. “Não coletamos ou providenciamos qualquer informação, além dos dados anteriormente mencionados, para qualquer entidade governamental”, esclareceu.

Ainda assim, há exceções: se exigido por um tribunal e seguindo a jurisdição em que opera, o Audacity entregará os dados. A coleta, portanto, seria “um requisito de política padrão para fornecer serviços em muitas jurisdições, independentemente da profundidade dos dados coletados ou da natureza do serviço”.

Recursos a caminho justificam a mudança

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O diretor da Muse Group comentou que o recolhimento de dados dos usuários, bem como o monitoramento de especificações técnicas, são meios necessários para implementar novidades importantes. A companhia pretende implementar atualizações automáticas e denúncias de erros na próxima atualização.

Por fim, Daniel Ray informa que as normas da nova política de privacidade não serão aplicadas na futura compilação do Audacity (versão 3.0.3). A atual versão, 3.0.2, não comporta nenhuma coleta de dados. O executivo não deu previsão para a implementação das cláusulas, mas é provável que isso aconteça assim que o documento revisado for liberado.

Há alternativas interessantes

O anúncio de Ray, porém, revelou uma boa notícia: se você utilizar o programa offline, a política de privacidade não será aplicada. Uma passada rápida pelos comentários da publicação, porém, mostra que a movimentação não foi bem recebida pelos usuários. As opiniões mostram pessoas ainda insatisfeitas com a adição e, novamente, há pedidos para a criação de um fork do Audacity livre da coleta de dados. Não deve demorar para aparecerem soluções extremamente parecidas com o editor, mas criadas e geridas sem influência da Muse Group.

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Fonte: GitHub