Publicidade

CEO do TikTok renuncia ao cargo e fala em reestruturação

Por| 27 de Agosto de 2020 às 11h05

Link copiado!

Nitish Gupta/Pixabay
Nitish Gupta/Pixabay
Tudo sobre TikTok

O CEO do TikTok, Kevin Mayer, anunciou nesta quinta-feira (27) que está se demitindo do cargo. A notícia chega em meio às tensões com o governo dos Estados Unidos, que ameaça banir o aplicativo do país caso sua operação americana não seja vendida, e teve justamente razões políticas para ser anunciada, com o executivo afirmando que a reestruturação necessária para que a empresa continue funcionando normalmente envolvem sua saída.

Em comunicado enviado aos funcionários, ele afirma que seu pedido de demissão é um resultado direto das pressões em que ele e a ByteDance, dona do TikTok, se envolveram ao longo das últimas semanas. Na carta, ele afirma que, após as movimentações causadas pelo governo dos Estados Unidos, o papel do CEO do TikTok será bem diferente do desafio global aceito por ele originalmente e, por isso, está saindo.

O texto, porém, não traz detalhes sobre o que, especificamente, vai acontecer, deixando claro, apenas, que a reestruturação a seguir é reflexo das pressões sofridas pelo governo de Donald Trump. Ele termina afirmando que liderar o time global do TikTok diante de tais questões foi um desafio no qual ele sempre se focou ao longo de sua permanência na empresa.

Continua após a publicidade

Mayer deixa o TikTok menos de quatro meses depois de sua contratação. Em maio sua chegada foi anunciada não apenas ao aplicativo, com ele assumindo também o posto de diretor de operações da ByteDance e deixando uma posição estrelada na Disney, onde liderou os esforços da companhia no mundo do streaming de conteúdo. Ele abandona ambas as posições, agora.

Também em declaração oficial, o TikTok afirma analisar as dinâmicas políticas das últimas semanas e as mudanças que isso vem exercendo na empresa, com direito a alterações nas atribuições do CEO que, agora, levam à demissão de Mayer. A companhia diz respeitar a decisão do executivo e o desejou sorte em suas futuras empreitadas.

Panorama positivo

Continua após a publicidade

A notícia aponta um panorama positivo, ainda que não do jeito que a empresa gostaria, para o ultimato dado por Trump. De acordo com a ordem executiva assinada no começo deste mês, a companhia tem até o dia 12 de novembro para vender ou separar suas operações nos EUA, caso contrário, o app terá seu funcionamento suspenso no país. O prazo original era até 20 de setembro, mas foi dobrado em nota seguinte, publicada pelo líder norte-americano.

De acordo com publicações na imprensa dos EUA, entretanto, o movimento de Trump já era esperado e, antes mesmo da ordem executiva, a ByteDance já considerava uma venda ou separação das engrenagens americanas do TikTok. As ideias envolviam a abertura de um escritório central fora da China ou a contratação de um novo quadro de diretores que a distanciasse do país asiático. Sobre isso, a empresa disse apenas que mudanças estão sendo avaliadas e não ligou tais possibilidades à saída de Mayer.

Considerar as mudanças também não impediu que a ByteDance desafiasse judicialmente a ordem executiva de Trump na justiça americana. A empresa tem processo em andamento no país e acusa o presidente de tomar decisões com base em finalidades políticas, já que os dados de usuários dos EUA ficam armazenados no próprio país ou em Singapura, além do fato de, diversas vezes, ter negado relações com o governo da China e afirmado que negaria pedidos internacionais de acesso a dados de usuários de fora do país.

Ainda assim, Trump permanece firme na ideia de que o TikTok pode representar uma ameaça à segurança nacional. Com 100 milhões de usuários nos Estados Unidos e 690 milhões em todo o mundo, o software pode, agora, ter sua base americana vendida para nomes como Microsoft ou Oracle, com o Twitter também fazendo uma aparição na mesa de negociações. Nada, entretanto, foi confirmado até agora, mas as declarações de Mayer em sua carta de demissão, além da própria decisão em si, podem indicar que a novela pode estar perto do fim, seja ele qual for.

Continua após a publicidade

Fonte: CNN Business