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Audacity passa a coletar dados sensíveis dos usuários e irrita colaboradores

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 05 de Julho de 2021 às 10h05

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Igor Almenara/Canaltech
Igor Almenara/Canaltech

O popular editor de áudio Audacity adicionou estranhas cláusulas em suas políticas de privacidade no dia 2 de julho. Embora seja somente um software de edição, a concordância com os termos implica na autorização para compartilhamento de dados sensíveis com a própria companhia, bem como patrocinadores e terceiros não especificados.

Em maio deste ano, o Audacity foi adquirido pela Muse Group, companhia que também comanda softwares como o Ultimate Guitar e MuseScore. A aquisição, porém, colocou o programa em meio a uma polêmica: segundo o site FOSS Post, a multinacional quer implementar diversos mecanismos para coleta de dados, mesmo se tratando apenas de uma ferramenta para produção offline.

A plataforma coleta dados básicos, como informações de compatibilidade (como versão do sistema operacional e relatórios de erros), porém, toma conhecimento também sobre o endereço de IP do computador e o país em que está situado. Ademais, o programa também obtém registros não especificados para “aplicação da lei”.

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Os dados são guardados em servidores localizados no Espaço Econômico Europeu (EEA), contudo, são eventualmente compartilhados com a sede da companhia, na Rússia, e com sua filial, nos Estados Unidos. A situação engrossa quando o documento revela que tais informações também chegam a terceiros, anunciantes e compradores em potencial.

Endereço IP do usuário fica salvo de forma legível por 24 horas

Curiosamente, os servidores europeus guardam os endereços IP dos usuários de forma “identificável” por um dia inteiro. Essa janela permite que agentes interessados (como autoridades estatais) recolham a informação dos usuários mediante solicitação para a Muse Group.

Embora essa coleta seja relativamente comum em redes sociais e plataformas que dependem da conexão com a internet, é estranho que seja realizada em um software de edição cujo uso é majoritariamente offline. Para comparação, é como se um editor de fotos comum, que não depende da internet, estivesse conectado e compartilhando suas informações — algo que você normalmente não esperaria dele.

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A comunidade de colaboradores com o projeto reagiu de forma negativa no GitHub. Os programadores pedem, inclusive, para que o Audacity seja bifurcado, ou seja, que se inicie o desenvolvimento de uma nova versão a partir dele, mas livre das exigências da recente detentora da plataforma. Nem o app, nem a Muse Group se manifestaram sobre a adição.

Fonte: Audacity, FOSS Post