Apple usa App Store como "arma contra competidores", acusa ex-funcionário
Por Felipe Junqueira | 15 de Outubro de 2020 às 16h00
A Apple usa as regras de aprovação de aplicativos na App Store de maneira “arbitrária” e “discutível”, segundo o ex-chefe da loja de aplicativos do ecossistema da Maçã Phil Shoemaker. Em um relato à comissão antitruste do Congresso dos Estados Unidos, o ex-executivo acusou a Maçã de fazer da plataforma uma “arma contra seus competidores”.
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Shoemaker alegou que as regras da Apple não são de fato usadas para proteger os usuários, mas sim para controlar competidores. Como exemplos, foram citados o Xbox Game Pass e o Google Stadia, que jamais conseguiram autorização para entrar na App Store pois seriam concorrentes de peso para o Apple Arcade.
“O serviço de jogo Apple Arcade é um tipo de aplicativo que foi ‘consistentemente desaprovado da loja’ quando oferecido por desenvolvedores terceiros, mas a Apple aprovou seu próprio app ‘mesmo que ele viole diretrizes existentes da App Store’”, afirmou Shoemaker, de acordo com o relatório do Congresso.
Para o caso de você não saber do que se tratam esses serviços, são plataformas de streaming de jogos estilo Netflix nas quais o usuário pode baixar games disponíveis dentro de uma assinatura mensal e para jogar no celular, computador ou mesmo no console, , no caso do Xbox Game Pass.
A Apple justificou que essas plataformas causariam problemas de verificação e liberação de cada game disponibilizado, por isso não libera os serviços de Microsoft ou Google. “A App Store foi criada para ser um lugar seguro e confiável para consumidores descobrirem e baixarem aplicativos, e é uma grande oportunidade de negócios para desenvolvedores”, defendeu um porta-voz da empresa em conversa com o site Business Insider.
“Antes de chegarem a nossa loja, todos os aplicativos são revisados seguindo as mesmas diretrizes que existem para proteger nossos consumidores e fornecer um campo de jogo justo e nivelado para os desenvolvedores”, explicou o porta-voz.
Diferente de um serviço de mídias
No caso das plataformas que disponibilizam jogos, a Apple defende que existe a necessidade de revisão de cada título porque há interação direta entre o conteúdo e o usuário. É diferente de serviços como Netflix e Spotify, em que só é possível reproduzir um filme ou música, que não precisaria ser revisado pela loja.
Além disso, a empresa argumenta que não há compras dentro dos filmes ou músicas como potencialmente haveria em jogos de uma plataforma como Xbox Game Pass e Stadia. Por fim, em um comunicado enviado em resposta ao relato de Shoemaker ao Congresso, a companhia defendeu que “não possui fatia de mercado dominante em nenhuma categoria em que fazemos negócios.
Leia a nota da Apple na íntegra:
Nós sempre afirmamos que o escrutínio é razoável e apropriado, mas discordamos veementemente das conclusões alcançadas a partir desse relato de um funcionário a respeito da Apple. Nossa companhia não tem fatia de mercado dominante em nenhuma categoria na qual fazemos negócios. Desde o início, há 12 anos, com apenas 500 aplicativos, construímos a App Store para ser um lugar seguro e confiável para os usuários descobrirem e baixarem apps e uma forma de suporte para os desenvolvedores criarem e venderem apps globalmente. Hospedando cerca de dois milhões de aplicativos hoje, a App Store cumpriu essa promessa e atende aos mais altos padrões de privacidade, segurança e qualidade. A App Store abriu novos mercados, novos serviços e novos produtos que eram inimagináveis há 12 anos, e os desenvolvedores foram os principais beneficiários desse ecossistema. No ano passado, a App Store faturou US$ 138 bilhões só nos EUA, dos quais 85% ficaram com desenvolvedores terceiros. A taxa de comissão da Apple está firmemente em linha com o que é cobrado pelas principais lojas de aplicativos e plataformas de jogos. A competitividade leva à inovação, e inovação sempre definiu a Apple. Trabalhamos incansavelmente para entregar os melhores produtos para nossos consumidores, com segurança e privacidade em seu núcleo, e vamos continuar a fazê-lo.
Em quem você acredita nessa história? Conte nos comentários.
Fonte: Business Insider