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WhatsApp: anuidade do serviço pode ficar mais cara

Por| 28 de Fevereiro de 2014 às 11h25

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Desde que comprou o WhatsApp por US$ 19 bilhões (pouco mais de R$ 45 bilhões), o Facebook deixou claro que o aplicativo continuará o mesmo - uma estratégia semelhante que a rede social adotou antes quando adquiriu o Instagram por R$ 1 bilhão em 2012. Mas os primeiros frutos dessa união já começam a aparecer e um deles foi sinalizado na última terça-feira (25), quando Jan Koum, cofundador e CEO do WhatsApp, afirmou que existe a chance de aumentar o valor da anuidade de US$ 0,99 (R$ 2,40) que é cobrada pelo uso do serviço de mensagens.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Koum comentou que ainda não há nada definido, mas que essa é uma possibilidade que pode acontecer nos próximos meses. "Ainda não discutimos de verdade. Seria categórico demais eu dizer que não. Mas não vemos planos de cobrar mais agora. Pode ser uma possibilidade no futuro. Você sabe, a moeda muda, há inflação, vamos ter de contratar mais gente, obviamente", disse.

Com atuais 55 funcionários, o WhatsApp conta com mais de 465 milhões de usuários em todo o mundo - quando o Facebook anunciou a compra do programa, o app ganhou 10 milhões de novos adeptos -, dentre os quais 40 milhões estão na Índia, 38 milhões no Brasil, 32 milhões no México e 31 milhões na Alemanha. Com base nos US$ 19 bilhões da negociação feita pela rede social de Mark Zuckerberg (US$ 3 bilhões são apenas em bônus pelos próximos quatro anos), cada usuário do serviço custou US$ 35,56, ou seja, R$ 83.

Jan Koum também confirmou que não está nos planos do WhatsApp e nem do Facebook fazer qualquer tipo de integração entre os dois serviços e, caso isso aconteça, serão "muito minimalistas". "Tanto eu quanto Mark [Zuckerberg] acreditamos que, quando você começa a integrar, é quanto tudo quebra. Nosso objetivo é não ter integração", disse o empresário de 38 anos.

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Nesta semana, a empresa anunciou durante o Mobile World Congress 2014, em Barcelona, na Espanha, um novo recurso que vai adicionar chamadas de voz gratuitas via internet ao app. A novidade concorrerá diretamente com o tradicional Skype e também com outros apps similares, como Viber, Line e o próprio Facebook. Com o novo recurso, o WhatsApp entrará ainda mais na linha de frente contra as operadoras, já que, além de concorrer com os SMS, agora poderá substituir as chamadas por voz.

Futuro e privacidade

Na entrevista para a Folha, Koum também deu seu parecer sobre como a tecnologia vai mudar a forma como nos comunicamos daqui a dez anos. O executivo acredita que muitas pessoas têm tempo para pensar no futuro e oferecer conselhos sobre seus produtos, mas que ele próprio não faz isso porque tem "uma empresa para tocar, um produto para construir e meio bilhão de usuários para atender".

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"Penso que a parte estimulante é que estamos ainda numa fase muito inicial desse progresso tecnológico. Se você pensar lá atrás, no início da web, estamos como se ainda fosse 1997 no que diz respeito a conectividade da internet. Daqui a dez anos todo mundo vai ter um smartphone, em algum formato, pode ser que seja dobrável, pode ser que [a tela] seja 3D, quem sabe?", complementa.

Jan Koum, cofundador do WhatsApp, durante evento no Mobile World Congress. (Foto: Albert Gea/Reuters)

O empresário ainda afirma que as famosas tecnologias vestíveis apresentadas nos últimos meses, como pulseiras e relógios inteligentes, também terão um espaço significativo na nossa comunicação na próxima década. No entanto, Koum é ponderado ao concluir que a tecnologia está evoluindo num ritmo muito rápido e, por isso, é difícil prever o que vai acontecer em dez anos. "As coisas estão mudando num sentido de serem mais rápidas, em tempo real. (...) Do jeito que a tecnologia está indo, vamos ter aquela coisa do [filme] 'Minority Report', de trocar arquivos. No fim das contas, isso vai tornar a vida das pessoas mais fácil", disse.

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Sobre segurança e privacidade, Koum reforça mais uma vez que o WhatsApp não coleta dados de nenhum usuário ou qualquer outra informação que seja personalizada, o que inclui nome, idade, sexo, endereço, e-mail, trabalho ou até mesmo número de cartão de crédito. "Tudo o que sabemos é o seu número de celular e quem dos seus amigos também está usando o app. Se você nos paga, toda a transação acontece pelo Google ou pela Apple, então não temos suas informações. E não guardamos suas mensagens. Elas são enviadas para o seu celular", disse.

Koum também acredita que o debate acerca da privacidade dos usuários internet não é um debate tecnológico, mas sim político e de como o governo se coloca como obstáculo das empresas e no caminho do progresso. "Em geral, eu tenho visões políticas muito libertárias. Penso que o governo deveria ser muito pequeno e não deveria se meter na vida das pessoas, seja em assuntos sociais ou quaisquer outros", comentou.

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