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Após acusação de monopólio, Itália vai investigar Google

Por| 20 de Maio de 2019 às 17h29

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O governo italiano anunciou a abertura de uma investigação antitruste contra a Google após a recusa da empresa em publicar um aplicativo voltado para uso em veículos elétricos. A denúncia que gerou o inquérito veio do Enel Group, uma das principais empresas de energia da Itália, que desenvolveu um software que indicaria aos proprietários de carros da categoria sobre a localização de postos para carregamento.

A denúncia feita pela operadora levanta questões de que a Google estaria tentando privilegiar concorrentes ou soluções próprias, como o Mapas, por exemplo, que também exibe postos de recarga elétrica aos usuários. A ideia do inquérito é entender os motivos que levaram à recusa da solução da Enel, uma vez que o software funciona em celulares com o sistema operacional Android, mas após determinação da gigante, não pode fazer isso na versão Auto da plataforma.

É uma questão de segurança, afirma a Google. De acordo com a empresa, em comunicado no qual comenta a investigação, apenas aplicativos de mídia ou mensagens de voz são autorizados a rodar no Android Auto, uma vez que qualquer outro pode representar uma distração para os motoristas. Seria o caso do software em pauta, que indicaria sobre a localização de postos de recarga durante o trajeto. Ainda assim, a empresa disse que vai rever a avaliação do software e trabalhar com as autoridades no inquérito.

Não ajuda, por outro lado, o fato de a Enel não apenas ser uma das principais operadoras de energia da Itália, mas também uma empresa sob controle do governo do país. A companhia foi privatizada em 1999, mas o Ministério da Economia e Finanças italiano ainda é o maior detentor de ações. Quando se fala em uma Europa que cada vez mais exerce mão de ferro sobre empresas de tecnologia por acusações antitruste, a situação apenas se torna mais complicada.

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De acordo com as autoridades italianas, as primeiras visitas às duas empresas para avaliação e depoimentos começaram já no final da última semana, com a previsão de conclusão das investigações sendo para daqui um ano, quando devem ser emitidos pareceres finais e eventuais multas. Até lá, claro, os trabalhos continuam e a gigante das buscas pode recorrer de eventuais decisões que surjam antes do veredito.

A Itália também se junta à Índia na lista de países que estão investigando a Google por práticas anticompetitivas. O país asiático iniciou um inquérito sobre a empresa no começo de maio, mas não revelou os motivos que levaram a isso. Enquanto isso, na União Europeia, já foram mais de US$ 9 bilhões em multas ao longo dos últimos anos por questões dessa categoria e processos ainda em andamento podem elevar esse montante ainda mais.

A penalização mais recente foi aplicada em março deste ano, com a Google sendo condenada a pagar US$ 1,7 bilhão por privilegiar as ofertas de seu serviço Shopping sobre outras, na hora de exibir resultados de buscas relacionadas a produtos. Para a UE, a ação é desleal por minar a concorrência e dar mais destaque às próprias ofertas de maneira artificial, mesmo que elas não sejam as mais vantajosas ou corretas para a pesquisa efetuada.

Fonte: CNBC