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Criticado pelos fãs, episódio 7 de Stranger Things é essencial à trama

Por| 13 de Novembro de 2017 às 17h20

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Como era de se esperar, a análise abaixo contém spoilers sobre a segunda temporada de Stranger Things e pode estragar sua diversão, caso você não tenha assistido aos episódios ainda. 

O sétimo episódio da segunda temporada de Stranger Things, A Irmã Perdida, dividiu os fãs. Ao mesmo tempo que muita gente gostou de saber mais sobre Eight, a tal irmã perdida de Eleven, houve críticas sobre a produção trazer, no clímax dos acontecimentos em Hawkins, um episódio que destoa dos demais por apresentar uma temática mais pesada e introduzir novos elementos que não os já abordados até então.

Houve as alegações de que o sétimo epiósdio destoou do ritmo dos demais e o público ciriticou a escolha dos produtores, como se o episódio fosse uma espécie de enchimento de lingüiça enquanto vários acontecimentos urgentes exigiam a presença de Eleven na pequena cidade de Hawkins.

Sobre tais críticas, os irmãos Duffer, Matt e Ross, criadores da série, deram entrevista ao Entertainment Weekly em 27 de outubro, onde Matt afirmou: "É importante para nós experimentar coisas e não sentir que estamos presos fazendo o mesmo repetidamente. É quase como se tivéssemos feito um outro episódio piloto no meio da temporada, o que é uma loucura de se fazer. Mas foi bem divertido de escrever, selecionar o elenco e produzir". Ross completou a resposta dizendo que "eu não queria que Eleven só salvasse o dia magicamente. Assim como Luke Skywalker, ela precisava sair sozinha e aprender sobre si mesma".

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A aventura de Eleven em Chicago trouxe o desenvolvimento de alguns recursos da narrativa que não seriam possíveis de outra forma.

 

1) O mundo é maior que Hawkins:

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O arco que apresenta Eight serve para que algumas informações sejam apresentadas ao público quanto ao impacto dos estudos sobre o Mundo Invertido, para além da pequena cidade de Hawkins e seu laboratório.

Através do que foi mostrado no episódio A Irmã Perdida, nós percebemos que os atos abomináveis do laboratório vão além da interiorana cidade onde vivem os protagonistas da série, chegando a impactar até mesmo uma cidade do tamanho de Chicago.

Pudemos perceber que há mais experiências e crianças feitas de cobaia do que imaginávamos a princípio: Se há Eleven (que, em tradução livre, significa o numeral onze) e Eight (ou oito), é possível inferir que há outras meninas feitas de cobaia nos estudos sobre o Mundo Invertido. Seriam todas garotas? Cada uma delas teria um poder sobrenatural diferente? Onde estão as outras irmãs perdidas?

2) O amadurecimento de Eleven

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Uma das abordagens feitas nessa segunda temporada é o amadurecimento de Eleven frente às experiências que ela enfrenta. Em situação de cárcere privado na cabana mantida pelo policial Hopper, Eleven se vê dividida entre manter-se na posição infantil e ser cuidada, ou assumir seu crescimento e cuidar de si mesma, deixando para trás a figura paternal e, ao mesmo tempo, autoritária do oficial que a abriga.

A ambivalência quanto à inocência de El se dá nas cenas onde a adolescente circula pelo submundo noturno de Chicago com sua população marginalizada. Assustada, a garota consegue provar para si, para Hopper e para os espectadores da série que é capaz de exercer sua autonomia e cuidar de si mesma. 

3) Mais informações sobre Eight

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Eight é uma personagem cativante. Cheia de projetos de cunho subversivo, a irmã perdida busca vingança em relação aos abusos sofridos durante os experimentos aos quais ela e Eleven foram submetidas.

Os amigos de causa de Eight compram a briga contra os cientistas, mas a conexão que se forma entre Eight e Eleven é apresentada como especial, pois ambas passaram pelas mesmas torturas e compreendem melhor uma à outra.

Em personagens tão jovens e tão emocionalmente quebradas, chega a ser um alívio para a audiência ver uma relação familiar baseada em compreensão mútua. 

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4) Eleven precisava de treinamento

Das relações que Eleven manteve com outras pessoas, até esse episódio, ou eram relações desequilibradas onde ela era a cobaia de experimentos científicos que lhe conferiram superpoderes, ou eram relações onde El era vista como uma espécie de ser especial em função de seus poderes e traumas. Com a relação de Eleven e Eight, mais equilibrada devido a ambas terem passado por situações semelhantes, abre-se espaço para que Eleven receba de alguém que não é um cientista adulto informações de como lidar com as suas habilidades sobrenaturais.

E Eight dá várias dicas e treinamentos para que Eleven consiga aprimorar o controle de seus poderes e de como utilizá-los para resolver os problemas que estavam se desenrolando em Hawkins.

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5) Interações entre mulheres sobre seus assuntos pessoais

Há de se explicitar também a dificuldade do público em lidar com o fato de que Eleven foi cuidar de seus assuntos pessoais ao invés de, como sempre, prover ajuda aos outros personagens em suas urgências. El e Eight são duas personagens femininas que, no auge dos problemas que acometem Hawkins, se dão o direito de interagir entre elas sobre assuntos que não dizem respeito aos outros personagens da trama.

A reação do público em determinar que as questões que foram abordadas pelo episódio não eram de tanta relevância quanto o que elas realmente deveriam estar fazendo, ou seja, prover auxílio aos outros personagens, pode ser explicada por dificuldades do público em enxergar as duas garotas como algo além de um mecanismo de resolução de problemas.

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Fonte: Entertainment Weekly