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Coronavírus | Israel enfrenta nova onda de casos após reabertura

Por| 14 de Julho de 2020 às 10h17

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Em março, devido à pandemia, as atividades em Israel foram pausadas. Meses depois, o país do Oriente Médio às margens do Mar Mediterrâneo simplesmente reabriu os estabelecimentos, dando um reinício às atividades. No entanto, esse retorno à normalidade teve curta duração. Acontece que, no último domingo (12), Israel registrou 1,2 mil casos de coronavírus, atingindo assim 40.632 confirmados no total. Por sua vez, no último sábado (11), a população fez manifestações contra a falta de estratégia econômica para lidar com a crise causada pela pandemia.

Na Cisjordânia e em Gaza, os casos aumentaram constantemente, o que levou Israel a impor de novo algumas restrições, embora ainda tenha que voltar ao lockdown. Bares, clubes e salas de eventos foram fechados, restaurantes e todas as piscinas e academias fecharam na semana passada.

De acordo com Gabi Barbash, ex-diretora geral do Ministério da Saúde de Israel e professora de epidemiologia no Instituto Weizmann (situado em Rehovot), o principal fator para a nova onda é a decisão do governo de abrir escolas e bares, com infecções surgindo entre os jovens. "Após a primeira onda, o público estava ansioso para sair e acreditar que a COVID-19 acabou", disse Barbash. "Eles pressionaram o governo e o governo não era forte o suficiente para se opor à pressão, e foi tomada a decisão da abertura total do sistema educacional ".

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Algumas áreas não estão sendo tão afetadas, mas parece que o vírus se espalhou por todo o país. O Ministério da Saúde disse esperar que o número de pacientes sob ventilação artificial (atualmente apenas 32) chegue a simplesmente 2 mil. Com uma população de cerca de 8,6 milhões, Israel teve 365 mortes.

A reabertura de escolas e empresas foi rápida demais, segundo Siegal Sadetzki, que deixou o cargo de diretora de saúde pública de Israel na última terça-feira (7), dizendo que seus avisos foram ignorados. "Faz várias semanas que Israel perdeu o rumo para lidar com a pandemia", escreveu ela nas redes sociais. "As conquistas ao lidar com a primeira onda (de infecções) foram canceladas pela abertura ampla e rápida da economia", acrescentou.

O aumento de casos também aconteceu com os palestinos na Cisjordânia e Gaza, que registraram mais de 4,6 mil casos e 18 mortes. Pouco menos de 2 mil de seus casos foram relatados na primeira semana de julho. Com isso em mente, as autoridades palestinas forçaram o fechamento de todas as empresas, transporte público, mesquitas e igrejas, com exceção de farmácias, padarias e supermercados. Os políticos palestinos culpam Israel pelo aumento de casos, dizendo que trabalhadores palestinos que retornam ao território de Israel foram infectados enquanto estavam no trabalho.

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Protestos em Israel

No sábado (11), milhares de israelenses realizaram uma manifestação neste sábado contra a resposta do governo do premiê Benjamin Netanyahu à crise do coronavírus, sob o argumento de que estão enfrentando dificuldades financeiras, porque os benefícios financeiros prometidos pelo governo ainda não foram pagos. O protesto em questão, que teve como ponto de encontro a Praça Rabin, no centro de Tel Aviv, foi organizado por trabalhadores independentes, pequenas empresas e grupos de artistas.

O que acontece é que os trabalhadores de carteira assinada recebem seguro desemprego enquanto estão com seus contratos de trabalho suspensos, mas os autonômos estão esperando há meses pela ajuda que o governo prometeu. Com a pandemia, a taxa de desemprego subiu para 21% em Israel.

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Fonte: NBC News, BBC News