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Lysa: conheça o projeto brasileiro de robô-guia com GPS para cegos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 21 de Abril de 2021 às 13h20

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Halfpoint/Envato Elements
Halfpoint/Envato Elements

Para melhorar a qualidade de vida de pessoas com algum tipo de deficiência visual, uma startup do Espírito Santo, a Vixsystem, trabalha no projeto de um robô-guia. Apelidado de Lysa, o robô terá um GPS acoplado a sua plataforma e poderá acessar uma ferramenta de navegação, como o Google Maps, para definir a trajetória e o plano de navegação para o usuário se deslocar.

No mundo todo, exitem mais de 940 milhões de pessoas com algum grau de perda visual, sendo que cerca de 216,6 milhões apresentavam deficiência visual moderada ou grave e 36 milhões possuíam cegueira total, segundo dados de 2015. Vale lembrar que deficiência ou perda visual é a ausência ou diminuição grave e irreversível da função visual, uma condição que não pode ser corrigível com lentes ou cirurgias.

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De forma geral, essas pessoas com algum grau de cegueira têm dificuldades em tarefas básicas do dia a dia, principalmente no deslocamento. Em alguns casos, os cães-guias são adotados para ampliar a mobilidade destes indivíduos, mas estes cachorros são de dificil treinamento e a disponibilidade é menor que a necessária para atender toda a demanda. Por isso, a nova tecnologia assistiva pode ser tão benéfica.

Desafios para a construção do robô-guia Lysa

A expectativa do projeto é que o robô ajude, principalmente, o deficiente visual em sua locomoção, eliminando riscos de acidentes, por exemplo. Por enquanto, o principal objetivo é o desenvolvimento da navegação outdoor do robô, já que se espera que ele seja capaz de buscar as coordenadas, latitude e longitude, de um local previamente selecionado, traçar uma trajetória e conduzir o usuário em segurança até o destino.

Em outras palavras, a iniciativa visa ampliar a autonomia de pacientes com deficiência visual. Em busca deste objetivo, a equipe do robô Lysa investiga a aplicação de novos recursos de acessibilidade, através do uso de GPS, e do estudo de obstáculos em vários ângulos. Além disso, uma preocupação é a comunicação auditiva com o deficiente.

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Outro desafio será avisar o usuário dos eventuais riscos e perigos inimagináveis de um ambiente externo. Antes do modelo ser testado em uma rua, por exemplo, a equipe precisará realizar uma intensa série de testes em ambientes controlados, como uma sala ou na casa do próprio usuário.

Financiamento público para a inovação

O edital que permitirá as pesquisas para o desenvolvimento do robô-guia Lysa foi lançada pela FAPESP em colaboração com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o Ministério das Comunicações (MCom) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). “O apoio ao projeto é fundamental para o aperfeiçoamento da robô Lysa, um equipamento inédito no mundo. O impacto dessa inovação contribuirá para a melhoria na mobilidade de pessoas com deficiência, que representam uma grande parcela da população”, explica Nedinalva de Araújo Sellin, diretora-executiva da Vixsystem.

A ideia é que outras iniciativas também possam ser desenvolvidas a partir do programa de auxílio à pesquisa, como o projeto da empresa de segurança da informação Kryptus, de Campinas (São Paulo), e do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que busca aumentar a segurança das interfaces.

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Inclusive, uma terceira chamada está aberta até o dia primeiro de julho deste ano para pesquisadores que tenham vínculo empregatício com alguma instituição pública ou privada, sem fins lucrativos, de ensino superior ou de pesquisa nacional, que trabalhem também em áreas de pesquisa para o desenvolvimento da internet. O edital completo pode ser acessado aqui.

Fonte: Agência Fapesp e Biblioteca Fapesp