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Interação gravitacional entre Terra, Sol e Lua afeta animais e plantas; entenda!

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Novembro de 2021 às 11h40

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Reprodução/Freevector.com
Reprodução/Freevector.com

Um novo estudo, conduzido por Cristiano de Mello Gallep, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Daniel Robert, da University of Bristol (no Reino Unido), investigou a relação entre o comportamento de animais e plantas e a ação gravitacional do Sol e da Lua — algo que, de certa forma, foi negligenciado em estudos científicos. Os resultados mostraram que, de fato, a atividade rítmica dos organismos biológicos — sejam eles vegetais ou animais — está relacionada às marés gravitacionais, geradas pela mecânica orbital entre o Sol, a Terra e a Lua.

Gallep explica que toda forma de matéria, seja ela inerte ou viva, está sujeita aos efeitos das forças de marés causados pela gravidade do Sol e da Lua, cujos movimentos modulam oscilações periódicas conforme ciclos diários. “Foi nesse contexto que todos os organismos presentes no planeta evoluíram. O que procuramos mostrar no artigo foi que as marés gravitacionais constituem uma força perceptível e potente, que moldou e molda as atividades rítmicas desses organismos”, disse ele.

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Para isso, os autores realizaram uma ampla revisão bibliográfica acompanhada por uma meta-análise de três diferentes estudos de caso: as atividades motoras de isópodes (pequenos crustáceos sem carapaça), o esforço reprodutivo de colônias de corais e a modulação do crescimento de brotos de girassol a partir da autoluminescência — este, acompanhado por resultados obtidos pelas investigações dos autores. Apesar dos diferentes objetos de estudo, todos eles tinham algo em comum: a ausência de uma análise mais profunda sobre uma possível causalidade gravitacional entre estes casos.

Quando o assunto são os padrões de ritmo dos organismos, é comum trabalhar com os ciclos circadianos, o mecanismo através do qual os organismos se regulam entre o dia e a noite, ou seja, conforme a alternância de luz e escuridão em nosso planeta. Só que, quando a iluminação é isolada no ambiente laboratorial, as flutuações de ritmo continuam mantidas. Assim, o estudo considerou a persistência dos ciclos de maré nos padrões de comportamento de organismos costeiros, como crustáceos, retirados de seus habitats.

Eles descobriram que esses animais definem seu comportamento de acordo com a subida e descida das marés em ciclos de 12,4 horas, vindos da dinâmica entre o Sol e a Lua, sendo que esse padrão acompanha também o tempo das marés do lugar em que os organismos foram coletados. “Os dados mostram que, na ausência de outras influências rítmicas, como iluminação e temperatura, a maré gravitacional local é suficiente para organizar o comportamento cíclico desses organismos”, explicou Gallep.

Por fim, eles notaram também que o efeito gravitacional não se restringe somente a organismos mais simples. Eles verificaram que, quando humanos ficam isolados da luz, tendem a estabelecer uma flutuação cíclica de 24,4 a 24,8 horas, que acompanha o ciclo lunar. Esse fenômeno já foi observado anteriormente em pessoas que passam longos períodos em cavernas, sendo também o responsável por condicionar as alternâncias dos períodos de vigília e descanso, horários para a alimentação, entre outras funções importantes do metabolismo.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Journal of Experimental Botany.

Fonte: Agência Fapesp